sexta-feira, junho 10, 2016

Aventura em Marrocos - Marraquexe com Guilherme Duarte

Do autor do Livro: "Por falar noutra coisa", Guilherme Duarte, descreve a sua aventura pela fabulosa cidade de Marraquexe onde nos relata uma história com bastante sentido de humor. De rir e chorar por mais! 

Para quem não leu, a aventura marroquina começou em Chefchaouen, onde, depois de pernoitarmos, seguimos viagem em direcção a Marraquexe. Foram cerca de 700 quilómetros, duzentos dos quais feitos em estradas secundárias, com dezenas de operações STOP à entrada e saída de todas as terriolas por onde fomos passando. Para nossa desilusão, nunca nos mandaram parar nem olharam duas vezes para o nosso carro. Matrícula portuguesa deve ser sinal de falta de dinheiro para pagar multas inventadas. Ainda dizem que a crise não tem vantagens. A viagem foi demorada mas fez-se bem. Passámos pelo centro de Rabat, a capital marroquina, onde conduzimos por entre um serpentear caótico de carros e motas. A cada segundo havia uma contra-ordenação grave e pessoas a atravessar vias rápidas a pé, numa pressa que contrastava com a cidade que parecia ter parado no tempo há vários anos. Mais uma vez, as ruas iam tendo as faixas que dessem jeito e facilmente uma estrada com duas faixas, se transformava numa autobahn de seis para cada sentido.

Chegámos a Marraquexe já o sol se tinha escondido há muito. Já passava um pouco da meia-noite e tal como na primeira paragem, o riad ficava já dentro da Medina nas estradas onde apenas passam burros anorécticos. Percorremos os labirintos castanhos da cidade quase deserta, depois de um dia intenso de comércio. Estacionámos o carro ao ver um sinal de passagem proibida e quando o GPS nos dizia que só faltavam mais 300 metros que tinham que ser feitos a pé. 

Deixámos ali o carro, num beco que convidava ao assalto e ao amor feito no rabo sem consentimento.

Fomos apressados mais confiantes nas reviews do TripAdvisor que diziam que Marraquexe era mais segura que a Buraca. De malas aos ombros e trolleys pelo chão, fazendo um barulho no asfalto que fazia as poucas cabeças acordadas virarem-se para ver o que se passava, lá fomos. Chegámos a um cruzamento e ao esperarmos que o GPS actualizasse a posição, veio um grupo de rapazes ter connosco a perguntar qual era o riad que estávamos à procura. Dissemos o nome, ele disse que era já ali e que ia connosco. Nós fomos.

- Spanish? - pergunta ele.
- No, portuguese. - respondo eu.
- So you speak spanish.
- Yes, but in Portugal we speak portuguese.
- Similar to brazilian?
- In Brazil they speak portuguese as well, but a diferent accent.
- Ok. Me gusta mucho Cristiano Ronaldo.
- Vale.

Entramos por becos quase sem luz, sem ninguém, com esse rapaz mais velho ao meu lado e dois mais novos atrás a ver se também pingavam uns dirhams para eles. O André pergunta-me se estamos a ir na direcção certa, como quem já tem um pinguinho na cueca. Eu não tinha a certeza mas disse que sim na mesma. Nisto, apagam-se as luzes. Toda a cidade fica às escuras! Passou-me logo pela cabeça que poderia ser um plano elaborado para nos assaltarem, mas depois pensei que era parvo já que os marroquinos, que eu saiba, não vêem no escuro como os gatos. O rapaz acendeu a lanterna do telemóvel e continuou a guiar-nos. Passámos por um túnel onde se vislumbravam sombras de várias pessoas, construídas apenas pela luz da lua que ia alta. Passámos no meio deles, cheios de confiança de que talvez fossemos ser assaltados. Não fomos. Chegámos ao riad, demos cerca de dois euros ao rapaz, como havíamos feito com os outros na cidade anterior, e ele diz que é pouco. Pede mais e nós damos outros três. Ele queria ainda mais, mas recusámos. Ele agradeceu, foi-se embora e nós entrámos pela porta que separava as casas degradadas, do riad luxuoso que em Portugal custaria duzentos euros a noite, pelo qual apenas pagámos 20€ cada um. Deixámos as malas e fomos até ao terraço apreciar o céu estrelado que a falha de electricidade na cidade destapou. Ficámos ali algum tempo na conversa e depois fomos dormir.

Acordámos cedo, tomámos o pequeno almoço e depressa saímos do riad para ir explorar a cidade. Íamos com alguma apreensão mas descansámos ao ver que o carro estava são e salvo, sem vidros partidos ou sinal de arrombamento. Desde logo fomos abordados por um marroquino que disse que não era guia mas que nos indicava o caminho para o centro. Insistiu para irmos ver o sítio onde trabalhavam as peles dos animais e impingiu-nos a outro marroquino que ia a passar, dizendo que ele ia para lá, pois era lá que trabalhava. Seguimo-lo, com ele sempre a dizer que não era guia, sinal que nós pensávamos ser a indicar que não queria dinheiro. Andámos atrás dele a passo apressado durante quinze minutos, em curva e contra curva, por entre ruas e ruelas apinhadas de gente, de motas e de carroças. Havia bancas a vender abacates ao lado de pilhas de lixo em todo o lado.

Havia pão e croissants que pareciam cobertos de chocolate mas que ao chegar mais perto se via ser um aglomerado de moscas. 

O cheiro na cidade também não é o melhor, é uma espécie de bedum, com terra e peixe deixado ao sol em banho-maria de urina. Lá chegamos a um local onde o nosso não-guia nos deixa e se apressa a ir embora. Pensámos "Epá sim senhor, um gajo que dá indicações sem querer dinheiro". Nesse momento, é-nos dado para a mão um ramo de menta a cada um e somos convidados a entrar no local onde as peles eram feitas. O ramo de menta era para contermos os vómitos devido ao cheiro de carne putrefacta. Cheirava a morte e a fim do mundo. Tentei respirar sem a menta perto do nariz durante uns segundos e só não chamei o tio Gregório porque ele não estava atento. O senhor que nos acompanhava, foi explicando o processo do tratamento da pele, do qual só retive que passava por tirar o pelo, mergulhar em caca de pombo e depois passar por cal. Os motards e as dominadoras vestidos de cabedal estão, portanto, cobertos de roupa que se faz com fezes de pombo. Depois de cinco minutos de visita guiada fomos deixados por ele, sem pedir nada em troca, numa loja de dois pisos cheia de artigos feitos com a pele que ali se tratava. Trabalhavam ali mais de quarenta famílias, numa espécie de favela improvisada e construída à volta daquele recinto nauseabundo. Fomos recebidos por um senhor já de meia idade, porte forte e com um sorriso rasgado.

- Bien venidos à nuestra cooperativa. Puedes ver e se te gusta puedes comprar. Si no, no hay problema.
- Gracias, vamos a ver.
- Portugueses son como los Marroquinos... tesos. Hahaha.

Acabámos por comprar uns cintos de pele, e, ao sairmos, aparece o primeiro marroquino que encontrámos à saída do riad, logo seguido pelo que nos fez a visita guiada pelas peles. Este último pediu-nos 5€ a cada um, que nós feitos parvos pagámos. Devíamos ter dado 5€ por todos e ele que fosse endrominar pessoas para outros lados, mas ainda estávamos verdes e cedemos à pressão, bem vistas as coisas era só o nosso terceiro dia em Marrocos. Nisto aparece também o outro não-guia que andou connosco mais tempo. No total, com os cintos, gastámos ali 60€, de onde comeu o senhor da loja e os três marroquinos simpáticos que diziam não ser guias. As mulheres andam de burca preta a mostrar os olhos, mas eles é que são ninjas da aldrabice.

Fomos ao centro e almoçámos no terraço de um restaurante, com uma vista fantástica para a azáfama da praça Jemaa El Fna e as suas tendas, encantadores de serpentes e bancas de sumo de laranja natural, que usavam copos de vidro embora não tivessem água para os lavar. A vitamina C mata o bicho, dirão eles. Pedimos vários pratos e todos eles estavam uma valente merda. Os couscous de frango que pedi eram suficientes para alimentar três pessoas mas estavam mal cozinhados e temperados. Não fiquei fã, mais uma vez, da comida marroquina. Fomos passear, comprámos Ray Ban contrafeitos e puseram-me uma cobra ao pescoço para tirar foto. Não tirei e disse que não havia dinheiro por me ter colocado um réptil sem autorização. Jantámos no hotel, uma tajine de galinha, a primeira refeição decente em terras de sua majestade marroquina. Foi a Rita, namorada do André, que pediu o jantar e disse ao senhor "It's a tajine kitchen".

Kitchen, chicken, soa tudo ao mesmo e pelos vistos sabe igual.

O segundo dia começou antes das oito da manhã, já que tínhamos marcado uma excursão às cascatas de Ouzoud, logo cedo. Fomos com mais dois casais que não conhecíamos, numa carrinha de nove lugares, conduzida por um marroquino com o demónio no corpo que deve ter tido aulas de condução com o instrutor de ski do Schumacher. Era suposto serem duas horas de viagem mas acabaram por ser três, mesmo com a condução psicopata do motorista de belzebu. A meio parámos uma loja de óleos que devia ser da prima dele, para ver se nós comprávamos alguma coisa. Nem entrámos, já fartos de que nos tentassem sempre impingir os negócios dos amigos e da família. Ao chegar as cascatas o senhor disse-nos que nos deixava ali e se quiséssemos para contratarmos um guia, algo que nos deixou a todos, os oito, estupefactos, pois pensávamos que o que tínhamos pago já tinha guia incluído. Parece que não. Eu refilei um bocado mas também não estava para me chatear. Se soubéssemos disso tínhamos ido com o nosso carro e teríamos poupado uns 60€. Apareceu logo um gajo com ar de jamaicano a vender-se como guia, disse que nos levava aos sítios menos turísticos e mais calmos e que cobrava apenas três euros por pessoa. Mais uma vez, cedemos e lá fomos com ele. Era um gajo simpático que foi sempre contando a história dos locais por onde passávamos, da forma de como as famílias ali viviam quase todas das oliveiras que se sucediam por entre as margens dos penhascos que embalavam as várias quedas de água paradisíacas que se deitavam de vários metros de altura.

- Down there, is where I live with my community. My family and friends. We are a nomad people, we stay in a place for a few years, then we go. We go and we never come back. - diz ele com um brilho nos olhos.
- How long do you live here? - pergunto.
- All my life. I'm 30 years old.
- Ok...
- I'm not arabic. I'm a free man. Me and my Bob Marley family.
- Great! - digo.
- When I say Bob Marley, I'm not saying we are going to buy and sell ganja. It's more about music and freedom.
- Yes, of course. Peace and love. - sorrio.
- Exactly my friend. - diz ele com a mão no meu ombro - Peace and love... and ganja.

Rimo-nos e lá fomos andando, descendo e subindo ravinas escorregadias mas onde havia os ramos das árvores para nos segurarmos, ou nos ampararem a queda. Vimos cascatas e bebemos um sumo de laranja feito com água da nascente, enquanto ele foi fumar uma ganza com os outros dois casais de turistas. Fomos ao banho, numa água castanha mas da argila e não de sujidade. Faz bem à pele, dizem eles. Mergulhámos, passámos por trás das quedas de água e ficámos ali, um pouco, naquele pedaço de paraíso num país que as únicas riquezas que tem são estas naturais. Secámos, encontrámos um casal de portugueses, os únicos em toda a nossa estadia em Marrocos, voltámos a subir, andámos de barco e vimos macacos selvagens de perto. Pagámos ao nosso guia e despedimos-nos dele. Enquanto comíamos algo à espera do motorista assistimos a uma cena de pancadaria entre dois locais que surgiu do nada à porta do restaurante. Não sabemos o motivo, mas vimos as mulheres todas aos gritos e a chorar, quais carpideiras do UFC. Reparei que eles não lutam ao soco, dão chapadas de mão aberta, talvez por todos viverem do trabalho feito com as mãos e ninguém querer arriscar um pulso ou dedos partidos. Isso, ou são todos umas Marias Amélias que não sabem andar à bulha. Não eram chapadas à Krav Maga nem à padrasto, eram chapadas de meninas da primária. Aquilo acalmou e fomos à nossa vida, em mais uma viagem de três horas, cheia de solavancos, buracos e perigos de morte.

Se o avião é o transporte mais seguro do mundo, aquela carrinha de nove lugares conduzida por aquele senhor era o menos seguro de sempre.

Chegámos e jantámos fora. hambúrguer de dromedário, só porque sim. Sabe a vaca porque provavelmente era vaca. Fomos até à praça central e ficámos admirados com a vida que ela tinha ganho desde a tarde do dia anterior. As pessoas eram dez vezes mais, as luzes dos candeeiros e velas à venda também. Havia fumo da comida que perfumava toda a praça e escondia os aromas menos convidativos às narinas europeias. O André tinha partido os óculos que tinha comprado e, por isso, quis ir ver de outros. A banca onde os tínhamos comprado já estava fechada e fomos a outra. Um senhor, musculado e sem ar de marroquino, antes com ar de quem esteve já preso por violar pessoas e animais, atendeu-nos com uma euforia desmedida de sermos portugueses. O André queria um modelo igual aos outros:

- I broke others and I want ones equals! - diz-lhe, mostrando que ele e a sua Rita, da tajine kitchen, foram feitos um para o outro.
- Equals? - questiona o vilão do James Bond, virando-se para outro a perguntar se ele tinha "equals" - No. Only Ray Ban, Dolce Gabbana, Gucci... - termina.
- No no! Ray Ban but equals! - insiste o André.
- Ray Ban equals? I don't have that model, sorry.

Rimo-nos que nem perdidos e reparámos que já não sabíamos o caminho de volta à praça. Vários locais tentaram-nos dar indicações e diziam-nos até que por onde estávamos a ir estava fechado e era perigoso. Tudo para nos enganar e irmos com eles e abrirmos a carteira. Ignorámo-los a todos e fomos dar ao sítio certo, claro. Aldrabões. Fomos ver de mais umas compras e chegámos a uma tenda onde o André e a Rita decidiram comprar um bule e copos de chá. As negociações foram mais intensas que as do Eurogrupo e mais acesas que as da minha mãe a discutir com o meu irmão para ele sair da cama às quatro da tarde. Já todos sentados no chão, a escrever vários valores numa folha para que não houvesse mal-entendidos. O vendedor era um fartote e genuíno, o riso foi constante e ele parecia ter ido com a nossa cara, mas pode ter sido como as strippers nos conseguem convencer que se sentem atraídas por nós, só para nos sacar dinheiro. Seja como for, eles compraram o bule e eu e a Xana comprámos um candeeiro que também foi alvo de muita especulação de mercado. Fiz um bluff a vir-me embora só porque ele não descia dois euros finais para dar conta certa. Deu resultado e ele cedeu porque claro que ainda estava a ganhar balúrdios naquele candeeiro de bronze com trabalho feito à mão por crianças marroquinas.

- Good luck to you my friends. - diz ele com um sorriso na cara.
- To you to.
- Don't forget, you have to marry and have children, so make good fuck tonight. Always good fuck.

Rimo-nos, apertámos a mão e saímos de lá com mais do que bujigangas para a casa, mas sim com uma experiência genuinamente marroquina e uma hora bem passada. Depois de mais umas voltas, decidimos ir de táxi para casa, outra experiência que se deve ter em Marrocos. Apesar de nas estradas vermos táxis com sete ou mais pessoas todas amarfanhadas no banco de trás, sempre que nós pedimos um disseram-nos que só levavam três pessoas e que, por isso, tinham que ser dois carros a levar-nos. Uma camaradagem taxista para que todos tenham mais serviço, obviamente. Os táxis são, invariavelmente, carros velhos, batidos e riscados, que vão desde Fiat Uno a Mercedes 200d do tempo em que o meu avó tinha idade para ir à tropa. Lá negociámos com um que concordou levar-nos aos quatro e baixámos o preço de 10€ para 6€. Não há taxa de activação para ninguém e o taxímetro existe mas está sempre desligado. Ele ia a conduzir e a falar ao telemóvel e passámos mesmo em frente ao posto da polícia, todos sem cinto. Uma terra sem lei, não muito diferente da Buraca onde toda a gente sabe que os sinais vermelhos são só para enfeitar. Chegámos ao riad, fomos dar cabo da segunda box de vinho que tínhamos levado de viagem, enquanto jogávamos à sueca, só para nos sentirmos mais na Europa. No dia seguinte, foi acordar, pagar e seguir viagem, rumo à próxima paragem, Meknès, a capital Berbere, mas isso ficará para a próxima parte.

Aqui ficam umas fotos a demonstrar, mais uma vez, as minhas capacidades artísticas ao nível de usar o telemóvel. Amanhã, a saga continua.






In: PFNC


"FERIAS BARATAS - MARROCOS" - segundo revista portuguesa

Ajmaa el-Fna, praça principal de Marraxeque, ilumina-se à noite, jante por aqui e prove as especialidades locais

MARROCOS

Há mochileiros que vêm tomar gosto às ruas e costumes e turistas do Norte da Europa que querem desfiutar dos resorts de luxo ou comprar peças para decorar uma moradia exuberante noutro canto do planeta. Pelo meio existem tantas outras nuances que qualquer um pode descobrir o seu lugar. 

Em Marraquexe encontrará riads (casas tradicionais) para ficar, a partir de €15 por pessoa, como o Sidi Mimoune. A medida que a decoração fica mais requintada e se mistura com influências ocidentais, o preço sobe para cerca de €25. 

Vá conhecer a Cutubia - a mesquita mais importante, do século XII -, passeie pelos mercados de rua do centro histórico onde se penduram malas, mantas, tapetes e sapatos e visite a Maison de la Photographie, com um arquivo fotográfico para conhecer e um terraço para desfrutar. 

Mesquita Cutubia

O passeio é compensado por um chá de menta, uma imagem de marca de Marrocos - onde aliás só se serve álcool em hotéis e bares mais turísticos -, e por uma refeição de sabores intensos. No menu estarão o cuscus e o tagine, um guisado de legumes (com ou sem carne) feito numa taça de barro com o mesmo nome. 

Indeciso entre malas e brincos? leve saquinhos de açadrão, cominhos, ficos secos ou amêndoas

Para terminar: banana frita com especiarias. Para conhecer outras paragens pode alugar carro ou um motorista. A cerca de três horas encontrará Essaouira, cidade portuária para conhecer a pé, com longos passeios pela praia, por mercados e fortes. 
Depois voÌte à estrada, com direito a uma paragem na grandiosa Casablanca mas tendo Fez como destino. Visite o jardim exótico de Inan Sbil, entre nas lojas vintage do bairro judeu e conheça as fábricas de pele ao ar livre. Se lhe sobrar tempo, não perca uma visita ao deserto há pacotes a partir de €59): "As dunas têm mesmo linhas perfeitas", garante Margarida Costa, que viajou para Marrocos em Abril'. As horas de viagem valem a pena para passear de camelo em pleno deserto, dormir em acampamentos que são autênticas minicomunidades, e acordar para ver o nascer-do-sol no meio do nada.



"O táxi, uma caixa de pastllhas ou até sapatos. Tudo o que compres no circuito marroquino tem da regateado sem medos"
- Margarida Costa, 27anos.



Coordenadas

Voos: Lisboa-Marraquexe, a partir de €178, ida e volta.

Melhor altura: A partir de Outubro, quando as temperaturas começam a ficar mais amenas. Evite também o período de Ramadão - em 2016 entre junho e julho.

Na mochila: Roupa que tape pernas e ombros, para proteger do sol e respeitar a cultura.

Chá: 0.50€
Café: 0.60€
Almoço de rua: cerca de 6.00€
Jantar requintado: A partir de 15.00€

In: Revista Sabado (Edição de destaque 2 de Junho)

domingo, junho 05, 2016

GUIA ILUSTRADO: COMO MASTURBAR DIVINAMENTE UMA GAROTA

Utilizando frutas, aprenda como fazer carinho em uma periquita do jeito certo. Pode comer depois.

Já estamos no século XXI e ainda tem um monte de gente que não faz ideia como fazer carinho em uma periquita.


Pois agora não tem mais desculpa. O canal do Youtube Simple Pickup, fez um tutorial utilizando frutas, para ensinar de vez pro mundo como masturbar sua parceira e garantir a democracia na cama, com um final feliz pra geral.

Então, larga essa fama de ser ruim na cama e vem assistir esse vídeo (em inglês) – urgente!


Você sabia? – Uma pesquisa realizado pelo canal mostrou que 90% das mulheres entrevistadas adoram ser estimuladas pelo seu/sua parceiro(a). E mais, 80% declararam que colocar um dedo dentro da vagina delas tá longe de ser o suficiente pra gozarem.

Além disso, 3 em cada 4 mulheres declararam ter orgasmos apenas com o estímulo do clitóris, aliás, você sabe onde ele fica?

1. Uma coisa básica e que seria lindo não precisar falar: corte suas unhas!

A pele da vagina é extremamente sensível e o foco aqui é prazer, não uma intervenção cirúrgica.


2. Tenha certeza que ela está molhada

Você pode auxiliar nesse processo usando sua boca, um lubrificante ou dando aquele amasso pra que o suco saia da fruta dela antes que você vá no caroço.


3. Não chegue enfiando os dedos

Não se esqueça que as mulheres conseguem um orgasmo apenas com o estímulo do clitóris. Mas não somente. Comece o estimulando e conquiste-o, ele precisa ser o seu melhor amigo.

Como não fazer.


4. Homens gostam de se masturbar freneticamente. Mulheres, não…

Vá com calma, faça um carinho em círculos, ou dê uma esfregadinha pressionando.

Devagar aumentando a pressão | Suavemente pressionando o capuz clitoriano

Quando você dominar essa técnica, pode até rolar uma apertadinha bem de leve, entre os dedos.

Suavemente rolando entre os dedos

5. Agora é a hora (lá dentro ainda não)

Imagine que os lábios da vagina são um relógio de ponteiros.


Agora, deslize os dedos sobre os números do relógio lábios dela, com aquela calma que você já aprendeu, em sentido horário e anti-horário.


Mas nunca faça isso, por favor!



6. Que rufem os tambores!

Se você fez tudo certo, saberá que essa é a hora de penetrá-la, por motivos de ela está muito molhada. Para isso, você poderá usar um ou dois dedos, mas grande parte das mulheres prefere dois.
Curve seus dedos (pode deixá-los eretos também) e os introduza com cuidado, sentindo onde você está se metendo.


Você terá duas opções de movimento. Uma delas, é “cavando” em direção ao clitóris e, para a outra utiliza a mesma coreografia só que para o lado oposto.


Só não vá fazer uma coisa dessas (imagem abaixo) e estragar todo trabalho que teve até agora.


Apenas mantenha o ritmo, estimule o clitóris com a ponta dos dedos, mantenha a calma e tente não mudar nada.

Pronto!
Se quiser saber se aprendeu, olhe para ela, se ela fizer uma cara dessas, pode ter certeza que sim.

PRIMEIRA MÁQUINA QUE PASSA E DOBRA A ROUPA JÁ ESTÁ Á VENDA

Quando finalmente terminamos de lavar a roupa, aparece outro trabalho ainda pior: passar e dobrar as peças.

Conheça a Foldimate, a máquina que passa e dobra a sua roupa.



Além de dobrar, a novidade possui um sistema de vapor para passar a roupa e eliminar aqueles vincos indesejados, e há até um recurso para amaciar e perfumar enquanto estão sendo dobradas.




A Foldimate é capaz de dobrar desde camisas até calças, o único problema é que não faz o mesmo em peças muito grandes ou bem pequenas, como roupas de cama e meias. Cada peça é dobrada em cerca de 10 segundos, somando outros 30 segundos para tirar os vincos usando o sistema de vapor. Podem ser colocadas até 20 peças de uma só vez.


A máquina está a ser desenvolvida desde 2014, mas a empresa irá disponibilizar a pré-venda em 2017. Enquanto não é lançada, os interessados podem obter mais informações sobre o lançamento aqui, o preço estimado é entre 650€ e 800€.



Fonte: Sossolteiros

sexta-feira, junho 03, 2016

CIENTISTAS DESENVOLVEM TECNOLOGIA CAPAZ DE TRADUZIR PENSAMENTOS EM PALAVRAS

arselectronica / Flickr

Investigadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, desenvolveram uma tecnologia capaz de traduzir pensamentos em palavras.

Os cientistas promoveram uma série de experiências para mapear e catalogar a atividade cerebral durante a pronúncia, representação e perceção de palavras.

Após alguns anos de pesquisa, o dispositivo criado para realizar a leitura da atividade do lobo temporal do crânio foi finalmente capaz de reproduzir uma palavra imaginada por uma pessoa.

A investigação tem analisado de que forma as palavras ditas em voz alta envolvem determinadas áreas do cérebro. “O próximo desafio é reproduzir a fala compreensível a partir de gravações cerebrais feitas quando uma pessoa imagina uma palavra que gostaria de dizer”, explica o investigador Robert Knightao Daily Mail.

Os investigadores usaram elétrodos colocados na superfície do cérebro ligada a áreas de linguagem em pacientes acordados.

Durante o discurso das pessoas, o cientistas monitorizaram o padrão de respostas elétricas das células cerebrais, a partir do qual criaram um modelo que consegue descodificar os sinais e transformá-los em sons.

“As novas técnicas e o processamento matemático dos sinais cerebrais nos aproximaram dos detalhes que precisamos para extrair os sinais que são relevantes para a reprodução de um discurso”, conta Robert Knight.

Segundo o investigador, o objetivo é produzir um dispositivo que ajude vítimas de AVC e pessoas que sofrem de distúrbios de fala a comunicarem com outras pessoas.

“Queremos desenvolver um dispositivo implantável que descodifica os sinais que acontecem no cérebro quando pensamos numa palavra e, em seguida, transforma esses sinais num arquivo de som que pode ser reproduzido por um dispositivo de voz”, descreve.

As premissas destas experiências foram publicadas na PLoS Biology.

In: SN

DAVID OGILVY, FALECIDO HÁ 17 ANOS, VAI DAR UMA ENTREVISTA



O supercomputador Watson, o sistema de Inteligência Artificial ultra-inovador da IBM, vai “entrevistar” David Ogilvy, que dirá as suas primeiras palavras em 17 anos – desde que faleceu, em julho de 1999.

Esta “magia” será possível graças a um dos sistemas de IA mais avançados do mundo, que está a ser alimentado com diversas informações da vida de David Ogilvy – a sua carreira, vida pessoal e visão criativa - para realizar a entrevista.

Também os livros de Ogilvy, como “Confessions of an Advertising Man”, farão parte desta memória artificial, tentando criar uma linha de raciocínio semelhante à do ícone da publicidade.

A “entrevista” com um dos pais da publicidade moderna será publicada na edição de junho da revista The Drum, especializada na cobertura da indústria de marketing e comunicação, que será provavelmente a primeira a ser editada por um sistema de Inteligência Artificial.

A revista sublinha que, no processo de machine learning, o sistema tem que aprender.

E para ajudar o Watson a incorporar a personalidade de David Ogilvy, a The Drum convida os leitores e especialistas da indústria a participar na experiência, enviando as suas perguntas para o e-mail stephen.lepitak@thedrum.com ou usando a hashtag #askogilvy no Twitter para sugerir questões que gostaria de ver Ovilgy responder na entrevista post mortem.

“Poucas pessoas tiveram tanto impacto na nossa indústria como David Ogilvy”, afirma o editor da The Drum, Stephen Lepitak. “O seu legado ainda continua vivo e os seus insights ainda são relevantes. Não consigo imaginar uma aplicação mais apropriada desta tecnologia de ponta do que provar que o espírito de Ogilvy continua vivo ainda hoje”, afirma.

CORRENTES OCEÂNICAS ESTÃO A NEUTRALIZAR OS EFEITOS DO AQUECIMENTO GLOBAL NA ANTÁRCTICA

leungchitak / Flickr
Correntes oceânicas frias e profundas do Atlântico Norte estão a neutralizar o efeito do aquecimento global na Antártica e a retardar o aumento do nível dos mares, revela um novo estudo, publicado esta segunda-feira. 

Segundo o estudo, publicado esta segunda-feira na revista britânica Nature Geoscience, este isolamento gelado do continente, que está coberto com uma camada de gelo de até quatro quilómetros de espessura, pode durar séculos.

As conclusões do estudo são uma boa notícia para centenas de milhões de pessoas: as que vivem em regiões baixas e estão ameaçadas pela subida iminente de até um metro no nível dos mares, que deve acontecer até o final do século, de acordo com o último relatório do Painel de Ciência do Clima da ONU.

Estudos mais recentes sugerem que o nível da água dos mares pode aumentar ainda mais, impulsionado pela água da superfície, que se expande à medida que aquece, e pelo escoamento das geleiras e de duas grandes camadas de gelo.

Uma dessas camadas de gelo cobre a Gronelândia, e a outra fica na Antárctica Ocidental – a zona do continente que está a aquecer mais rapidamente.

Se a Antárctica Oriental estivesse a fundir ao mesmo ritmo, o impacto sobre as povoações humanas ao longo das costas em todo o mundo seria catastrófico.

Os cientistas já sabem há muito tempo que as mudanças climáticas têm afectado o Oceano Antártico mais lentamente do que os outros oceanos nos últimos 50 anos.

A resistência do Antárctico ao aquecimento global é devido à vastidão da camada de gelo do continente, e aos ventos e às correntes oceânicas, que funcionam como uma zona de protecção.

Mas o estudo agora publicado atribui o motivo fundamental dessa resistência a um cinturão de correntes oceânicas profundas, que transporta água gelada a uma temperatura de cerca de 1ºC.

“O principal motivo do atraso no aquecimento do Oceano Antártico é a circulação oceânica de fundo”, afirma a equipa de cientistas, liderada pelo biólogo Kyle Armour, investigador da Universidade de Washington em Seattle.

Para os investigadores, os gases causadores de efeito estufa, que estão a provocar secas, tempestades e instabilidade climática no resto do planeta, vão demorar “muitos séculos” a ter um impacto significativo no Oceano Antártico.

Essa conclusão não anula, porém, o facto de que, mesmo em menor escala, o aquecimento global pode causar danos.

De acordo com um outro estudo, publicado na semana passada, uma calote polar do tamanho da França na Antárctica Oriental está a perder água rapidamente.

E essa perda, por si só, pode elevar o nível dos oceanos em cerca de dois metros em poucos séculos.

(dr) Oleg Zherebin / ArtStation
In: EcoD

FÍSICOS PODEM TER DETETADO UMA QUINTA FORÇA FUNDAMENTAL DA NATUREZA

Maxwell Hamilton / Flickr


Uma equipa de físicos húngaros acredita ter encontrado provas de uma quinta força fundamental da natureza. Se for comprovada, a descoberta pode alterar a nossa compreensão de como o universo realmente funciona.

Uma parte fundamental do Modelo Padrão da Física é que tudo no universo é controlado por apenas quatro forças fundamentais – gravidade, eletromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca -, que explicam todo o comportamento e as partículas que vemos no universo.

A gravidade é responsável por manter juntos os planetas e a força eletromagnética é responsável por manter as nossas moléculas juntas. Por outro lado, a força nuclear forte é a “cola” dos núcleos atómicos, enquanto a força nuclear fraca ajuda alguns átomos a passarem pelo decaimento radioativo.

Estas quatro forças pareciam até agora poder explicar razoavelmente bem toda a física que podemos observar, explica a revista Popular Science.

Bosão super leve

As provas desta quinta força foram descobertas no ano passado, quando uma equipa da Academia Húngara de Ciências informou que tinha disparado protões em lítio-7 e, nas cinzas nucleares, tinham detetado um novo bosão super leve que era apenas 34 vezes mais pesado do que um eletrão.

Por mais impressionante que isto possa parecer, o artigo ficou em grande medida esquecido, até que uma equipa dos Estados Unidos publicou a sua própria análise dos dados no final do mês passado.

Na análise, a equipa dos EUA, liderada por Jonathan Feng, da Universidade da Califórnia em Irvine, mostrou que os dados não entram em conflito com experiências anteriores e calculou que o novo bosão poderia de facto carregar uma quinta força fundamental.

O artigo ainda não foi revisto por pares, mas estando publicado na plataforma arXiv permite que outros físicos possam analisar os resultados e enviar as suas próprias conclusões – que é o que está a acontecer.

Como relata a revista Nature, investigadores de todo o mundo estão a realizar testes de acompanhamento para verificar a descoberta da Hungria. Os resultados podem chegar dentro de cerca de um ano.

A quinta força fundamental da Natureza

Descoberta inesperada

Afinal, o que um bosão super leve tem que ver com uma nova força da natureza?

Esta não é a primeira vez que investigadores afirmam ter detetado uma quinta força, mas a busca tem aquecido ao longo da última década.

Muitos cientistas – incluindo a equipa húngara, liderada pelo físico Attila Krasznahorkay – acreditam que pode existir uma partícula chamada “fotão escuro“, que poderia levar uma nova força que poderia, por sua vez, explicar a matéria escura – a substância invisível que compõe mais de 80% da massa do universo.

Os cientistas húngaros dispararam protões contra alvos finos de lítio-7, uma colisão que criou núcleos instáveis de berílio-8, que, então, decaíram em pares de eletrões e positrões.

“De acordo com o Modelo Padrão, o número de pares observados deveria cair à medida que o ângulo que separa a trajetória do eletrão e do positrão aumenta”, escreve Edwin Cartlidge na Nature.

Os físicos do Instituto de Pesquisa Nuclear de Debrecen, na Hungria, afirmam que este aparelho encontrou evidências de uma nova partícula


No entanto, não foi isso que a equipa observou: a cerca de 140 graus, o número desses pares saltou, criando um pequeno “inchaço” antes de cair novamente em ângulos maiores.

De acordo com Krasznahorkay e a sua equipa, este “inchaço” pode ser uma evidência de uma nova partícula. Os cientistas calcularam que a massa desta nova partícula seria de cerca de 17 megaelectronvolts, o que não era esperado para o “fotão escuro”, mas pode ser prova de algo completamente diferente.

“Estamos muito confiantes em relação aos nossos resultados experimentais”, afirmou Krasznahorkay à Nature, explicando que a probabilidade deste “inchaço” ser uma anomalia é de cerca de 1 em 200 mil milhões – apesar de nenhuma outra equipa tenha confirmado isso até agora.

A análise feita pelo grupo norte-americano não envolveu uma repetição da experiência, mas apenas cálculos para verificar se, pelo menos teoricamente, o bosão super leve alegadamente detetado por Krasznahorkay poderia ser capaz de transportar uma nova força fundamental.

A comunidade científica continua muito cética em relação às supostas descobertas, especialmente porque o bosão super leve era algo que ninguém esperava encontrar.

“Talvez estejamos a ter o primeiro vislumbre da Física para além do universo visível“, afirmou à Nature o investigador Jesse Thaler, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que não estava envolvido em nenhum dos estudos.