domingo, julho 19, 2015

Novo sistema planetário é descoberto apenas 54 anos-luz da Terra

Impressão artística que mostra a distância da estrela (HD 7924) e seus planetas do sol (“Sun”)

Astrônomos encontraram uma maneira de acelerar a busca por exoplanetas próximos de nós, o que levou a descoberta de um sistema planetário a apenas 54 anos-luz de distância da Terra.

A maioria dos mundos recém-descobertos estão longe o suficiente para tornar seu estudo difícil. Até agora, a busca por esses mundos tem contado com supervisão humana, o que inevitavelmente retarda o progresso.

Então como poderíamos procurar mais planetas de forma mais rápida a fim de encontrar alguns mais próximos de nós?

A ideia

Essa foi a questão que os astrônomos responderam com o Automated Planet Finder (APF, na sigla inglês, que significa “Procurador de Planeta Automatizado”, em tradução livre).

“Nós inicialmente utilizávamos o APF como um telescópio regular que ficava a noite toda procurando estrelas”, explica o estudante de graduação da Universidade do Havaí (EUA), B. J. Fulton. “Mas a ideia de deixar um computador tomar o turno da noite ficou mais atraente depois de meses de pouco sono. Então, escrevemos um software para nos substituir”.

Uma das estrelas que o APF foi instruído a investigar era a HD 7924. A 54 anos-luz de distância de nós, ela é muito mais próxima que a maioria dos planetas que o Telescópio Kepler, da NASA, já revelou.

Sistema com no mínimo três planetas

Em 2009, o Observatório Keck, no Havaí, encontrou um planeta ao redor de HD 7924 com um período orbital de apenas cinco dias.

Nossas pesquisas anteriores de planetas extra-solares nos ensinaram que, onde há um planeta, geralmente há mais, o que tornou a HD 7924 um alvo natural para um estudo mais aprofundado.

O Observatório Keck continuou a analisá-la, e a combinação de suas observações, bem como as mais recentes feitas pelo APF, mostraram provas de mais dois planetas.

Esses novos planetas também estão muito próximos à estrela, com períodos orbitais de 15 e 24 dias. Em comparação, Mercúrio leva 88 dias para orbitar o sol.

A HD 7924 emite menos de dois quintos da luz que o sol emite, mas esses planetas ainda estão próximos o suficiente da estrela para serem muito quentes para a vida existir em sua superfície.

Potencial enorme

O interesse da nova descoberta vem em parte da demonstração de técnicas que poderiam ser usadas para ajudar os astrônomos a encontrar planetas mais semelhantes ao nosso. O software do APF poderia ser uma ferramenta muito útil.

“Este nível de automação é um divisor de águas na astronomia”, disse o líder da equipe, Dr. Andrew Howard, da Universidade do Havaí. “É um pouco como ter um carro sem motorista que vai a compras por planetas”.

Além disso, as novas descobertas também expandem nosso conhecimento limitado da categoria de planetas conhecidos como “super-Terras”, aqueles com massas entre a do nosso planeta e a de Netuno.

Os três planetas são diferentes de tudo em nosso sistema solar, com massas 7 a 8 vezes a da Terra e órbitas que os levam muito próximos de sua estrela hospedeira. Esse tipo de planeta parece ser muito comum no universo, mas ainda estamos em grande parte apenas especulando sobre sua composição.

IN: HC

domingo, julho 12, 2015

Astrônomos descobrem exótico sistema quíntuplo de estrelas


Cientistas da Universidade Aberta (Open University), no Reino Unido, descobriram um raro sistema com cinco estrelas gravitacionalmente ligadas.

Designado 1SWASP J093010.78 + 533.859,5, ele consiste em dois conjuntos de estrelas binárias (um binário eclipsante) e uma quinta solitária.

Sistemas estelares quíntuplos já foram descobertos antes, mas esta é a primeira vez que os astrônomos viram um par de estrelas binárias eclipsantes dentro de um sistema de cinco estrelas.

A descoberta

1SWASP está localizado a 250 anos-luz da Terra. O sistema foi originalmente detectado em dados arquivados a partir do projeto SuperWASP (principal programa de detecção de planetas extra-solares do Reino Unido), que utiliza câmeras do Observatório del Roque de los Muchachos, nas Ilhas Canárias, e da Estação Sutherland do Observatório Astronômico Sul Africano.

Ao longo dos anos, essas câmeras intermitentemente mediram o brilho de estrelas individuais, permitindo aos cientistas acompanhar sua luz ao longo do tempo. Usando uma técnica semelhante à forma como os astrônomos descobrem exoplanetas distantes, uma equipe de cientistas liderada por Marcus Lohr foi capaz de identificar este notável sistema quíntuplo.

Estrelas especiais

Duas das estrelas são binárias eclipsantes em contato, uma configuração em que duas estrelas orbitam tão estreitamente que compartilham o mesmo ambiente. À distância, parece que estão se tocando. Esse tipo de dupla estelar não é raro, mas o novo par é o único conhecido que apresenta um período orbital particularmente curto: leva apenas seis horas para estas duas estrelas orbitarem uma da outra.


Quanto ao outro binário, suas duas estrelas estão localizadas cerca de 21 bilhões de quilômetros uma da outra, uma distância um pouco maior que a órbita de Plutão em torno do sol.

Uma análise posterior revelou uma quinta estrela, até dois bilhões de quilômetros de distância do binário individual. Ao estudar curvas de luz do sistema e seus espectros, os astrônomos confirmaram que todas as estrelas estão gravitacionalmente ligadas.

Cinco sóis

“Este é um sistema estelar verdadeiramente exótico. Em princípio, não há nenhuma razão pela qual não poderia ter planetas em órbita em torno de cada um dos pares de estrelas”, disse o Dr. Lohr. “Quaisquer habitantes teriam um céu que colocaria os fãs de Star Wars no chinelo – em certos casos, haveria nada menos do que cinco sóis de diferentes brilhos iluminando a paisagem”.


Segundo o pesquisador, os dias nesses planetas – se eles existirem – teriam níveis dramaticamente variantes de luz, conforme as diferentes estrelas eclipsam. Não haveria noite por uma grande parte do “ano estelar”. Escuridão e um céu noturno só ocorreriam quando as estrelas ficassem do mesmo lado do planeta em questão.

Procurando no céu

Todas as estrelas são menores e mais frias do que o nosso sol, mas coletivamente o sistema ainda é brilhante o suficiente para ser visto com pequenos telescópios.

Astrônomos amadores devem ser capazes de ver os eclipses por si mesmos. O sistema, a uma magnitude 9, está localizado na constelação de Ursa Maior.
In: io9

O melhor retrato de Plutão - a 800 mil quilómetros de distância



Faltam um dia e algumas horas para a aproximação máxima a Plutão, na terça-feira.

A apenas 800 mil quilómetro de distância de Plutão, depois de uma viagem de nove anos, a New Horizons tirou ontem o melhor retrato do planeta-anão. A distância pode parecer grande, mas a nave está agora a quase cinco mil milhões de quilómetros da Terra, lembra a agência espacial norte-americana.

Faltam um dia e algumas horas para a aproximação máxima a Plutão, na terça-feira, o culminar a longa viagem qeu nos leva ao planeta mais distante do sistema solar, que ainda era o nono quando a nave foi lançada, tendo sido depois "despromovido" a planeta-anão.

A imagem mostra quatros pontos negros, que continuam por explicar, em maior pormenor."É estranho que estejam espaçados de forma tão regular", diz Curt Niebur, do programa New Horizons da NASA. Jeff Moore, também da NASA, está igualmente intrigado. "Não conseguimos dizer se são planaltos ou planícies, ou se são variações de brilho num superfície completamente lisa."

A NASA estima que as áreas mais escuras tenham 480 km. Os geólogos e geofísicos da missão esperam que as imagens que a nave já recolheu e vai recolher ajudem a explicar este mistério mas também a encontrar crateras de impacto e outras características do planeta.

In: DN